Moeda Celeste

Aowa,

Estava “lendo” alguns blogs na internet e resolvi escrever um pouco sobre um assunto muito, mais muito contestado e cheio de dúvidas por crentes, não-crentes, quase-crentes, um-pé-cá-um-pé-lá, ateus, naturalistas, etc... O Famoso “Dar dinheiro pra a Igreja (Pastor)”. Não que eu possa falar com propriedade sobre isso, ou que a minha a minha opinião seja a “Verdade Divina Revelada”, mas tentarei escrever levando em conta algumas coisas que aprendi na Bíblia.

Não foi uma vez, nem duas e nem três vezes que ouvimos historias, contos de fadas, boatos, fofocas, mutretas, peripécias verídicas, inverídicas, ou fantasiadas de pastores que enganaram meio mundo de “Ignorantes” pedindo até mesmo o dinheiro do remédio, do aluguel, da prestação do carro, da ração do cachorro, da mensalidade de academia... em troca de que? Prosperidade, conforto, bem-estar, macumbinha anti-encosto, casa com piscina, boa forma, juventude, amor da tua vida...

Paremos, e pensemos...

Isso realmente está de acordo com o que Deus espera de nós? Qual é o preço que o Divino "cobra" para liberar a tal da “boa medida, recalcada, sacudida e transbordante” para os “Crentes em Jesus”? Será que estamos conseguindo pagar, ou está faltando DINHEIRO para isso? Qual é a moeda da “Jerusalém Celeste”? E poderemos ficar pelo menos mais meia eternidade só nos questionamentos...

Prossigamos.

O que você faz, ou deveria fazer, com o tal do Dízimo está realmente correto? A primeira vez que a palavra dízimo (décima parte de algo) apareceu na bíblia esta em Genesis 14 quando Abraão dá a décima parte para um sacerdote pouco conhecido (quase nada) chamado Melquisedeque. Interessante que nesta época a estrutura do Judaísmo ainda não era constituída. O Dízimo só surgiu após as leis do nosso saudoso, e manso, e paciente e gago Moisés:

Levítico 27

30.Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.

31.Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.

32.No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR.

33.Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.

34.Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.

Mas, o que Deus queria com tantas coisas materiais? Será essa a moeda do céu? Acredito que não.

Ao meu ver, o dizimo tem duas funções:

- Mantimento da Casa do Tesouro (citado em Malaquias 3:8-10);

- Fidelidade;

Os templos, como qualquer outra associação, tem gastos para se manterem. Gastos com funcionários, despesas pastorais, mantimento de algumas atividades filantrópicas e sociais, despesas fixas como manutenção do templo, energia e etc... O mais justo seria que os membros (igreja) investissem seus esforços, mais que seu dinheiro, para a manutenção do templo. Até ai nada de errado. Israel dava seu dízimo para manter a casa de Deus funcionando e nós, como os crentes, também temos que fazer isso. A tribo de Levi, os levitas, eram os responsáveis por cuidar de tudo que era Sagrado, inclusive os dízimos e uma característica deles era a de “não possuir herança”, ou seja, não deviam se preocupar com o ganho e acumulo de riquezas somente com o cuidado do templo.

Aí que entra a crise!

Hoje os donos dos templos e das denominações se colocam no papel de levitas. E deveriam ser. Só que eles se esqueceram que o dinheiro não é o centro do ministério e começam a juntar a tal da herança que os levitas não possuíam. Ostentam templos poderosos, cheio de Glamour e de Luxo! Hoje, muitos ministros de Deus, que no inicio do cristianismo morriam pelo evangelho da cruz (não o da prosperidade), não saem de seus Shoppings/Templos se não se hospedarem em pelo menos um hotelzinho cinco estrelas, mais uma vez digo, se esquecendo do que Paulo, por exemplo, passou estando preso, sendo maltratado e humilhado no seu ministério. E para que a roda continue girando, esses “pastores” usam da “fidelidade” do povo, e da “falta de conhecimento” do rebanho para levá-los na conversa de que com Deus tem que dar para receber! Indo de desacordo com o caráter de Deus, onde ele deu tudo para humanidade, sem olhar a nossa ingratidão!

Por outro lado, temos um monte de crentes que ainda busca na religião a realização de seus próprios interesses, pensam que quando aceitarem a Jesus serão os “mais que vencedores”, que “mil cairão a minha direita, dez mil a minha esquerda”, pois “se Deus é por nós, quem será contra nós?” Esquecendo-se que Jesus nos advertiu que o seu chamado seria muitas vezes pesado,mas não insuportável, cheio de lutas, mas nunca sozinhos. Buscamos tanto os nossos interesses que nos esquecemos de que o coração do Criador não é movido por quanto damos, mas como damos.

Diria, então, que a moeda do céu é o AMOR e somente com essa moeda alcançaremos o coração de Deus. Amor por Deus, refletido nas pessoas de diversas maneiras, inclusive financeiramente. No início do cristianismo, essa história de dar somente 10% do “ganha-pão” era uma realidade esquecida apesar da lei ainda existir, pois o amor por Deus era tão grande, que eles davam tudo o que tinham e repartiam com o corpo de Cristo. E o corpo de Cristo é formado por nós, pessoas imperfeitas, cheias de defeitos e controversas, mas que aceitaram ser redimidas por Jesus. Se olharmos para isso, veremos que nem todo o dinheiro do mundo seria capaz de pagar o que Deus (dono do ouro e da prata) fez por nós enviando Jesus para nos libertar. Mais do que obrigações, Cristo nos da liberdade.

Encerro dizendo: Mais vale um real de coração, do que um milhão por obrigação!